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Trânsfuga de Classe: o sentimento silencioso de não pertencer a lugar nenhum

  • Foto do escritor: Vanessa Megale
    Vanessa Megale
  • 12 de set.
  • 2 min de leitura

Você já se sentiu como se não pertencesse totalmente a lugar nenhum? Como se tivesse avançado em alguns aspectos da vida, mas isso criasse uma distância das pessoas e dos lugares de onde você veio?

Esse sentimento tem um nome pouco conhecido, mas muito estudado pela sociologia: trânsfuga de classe.


O que significa ser um trânsfuga de classe?

O termo é usado por sociólogos, como Pierre Bourdieu, para descrever pessoas que, através de estudo, trabalho ou casamento, ascendem socialmente e mudam de classe social em relação à sua família de origem.


Mas não se trata apenas de mobilidade econômica. O coração do conceito está na experiência emocional de viver entre dois mundos:

  • na família e no círculo antigo, a pessoa pode ser vista como alguém que “mudou demais”;

  • no novo ambiente social, pode ser considerada “diferente”, alguém que nunca pertence de verdade.

O resultado? Uma sensação constante de não-pertencimento.


O impacto emocional dessa experiência

Ser trânsfuga de classe não é apenas uma questão sociológica. É também uma experiência humana que toca diretamente a saúde mental.

Muitas vezes surgem:

  • Culpa: a ideia de ter deixado para trás quem ficou no mesmo lugar.

  • Ansiedade social: o medo de não se encaixar ou de ser “descoberta” como impostora.

  • Solidão: a sensação de não ser compreendida nem pelo passado, nem pelo presente.

  • Inadequação: viver sempre se perguntando se está “no lugar certo”.

Essas dores silenciosas acompanham quem atravessa mudanças profundas e raramente são faladas em voz alta.


Muito além da classe social

Talvez você nunca tenha mudado de classe social — mas ainda assim pode ter sentido algo parecido.

O sentimento de não-pertencimento pode aparecer em muitas transições da vida:

  • na maternidade, quando antigas amizades já não entendem sua rotina;

  • na carreira, ao conquistar uma posição diferente do grupo de origem;

  • em uma mudança de cidade ou de relacionamento, quando tudo ao redor parece estrangeiro.

A verdade é que, em algum momento, quase todas nós já experimentamos essa sensação de estar “fora do lugar”.


Como cuidar dessa sensação

Reconhecer que esse fenômeno existe já é um primeiro passo poderoso. Ele nos ajuda a perceber que não é uma falha pessoal, mas uma experiência comum a muitas mulheres.

Alguns caminhos possíveis:

  • Praticar a autocompaixão: aprender a acolher suas conquistas sem culpa e a tratar sua história com gentileza.

  • Validar sua origem e seu presente: é possível honrar de onde você veio sem negar quem você se tornou.

  • Construir pertencimento interno: quando criamos um espaço de aceitação dentro de nós, o olhar externo perde parte do peso.


Para finalizar

Talvez você também já tenha se sentido deslocada, sem saber a qual mundo realmente pertence.O nome disso pode ser trânsfuga de classe — ou simplesmente o peso de uma transição de vida.

O mais importante é lembrar: o pertencimento verdadeiro começa dentro de nós.

E esse é um caminho que pode ser cultivado, passo a passo, com cuidado, consciência e autocompaixão.


E você? Já se sentiu deslocada, sem saber onde realmente pertence. Compartilhe sua experiência nos comentários — sua história pode acolher outras mulheres que passam pelo mesmo problema.

E se este texto fez sentido para você, envie para uma amiga que também precisa ler isso hoje.


Com carinho

Vanessa Megale

@vanmegale



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