O peso invisível de nunca ser o bastante — e como se libertar da mentalidade de escassez.
- Vanessa Megale

- 30 de mai.
- 4 min de leitura
Você vive se sentindo insuficiente? A neurociência explica como romper esse ciclo de escassez, comparação e cobrança — sem precisar guerrear contra si mesma.
Para mim — e para muitas de nós — o primeiro pensamento do dia, ainda na cama, costuma ser: “Não dormi o suficiente.”
Logo depois dele, vem outro ainda mais pesado: “Não sei como vai ser meu dia. Não tenho tempo suficiente pra fazer tudo. E ainda sem dormir… como vou chegar ao fim do dia, meu Deus?”
Esses pensamentos de não sermos o suficiente chegam de forma tão automática que não dá tempo nem de criticar ou questionar. Só aceitamos. Sem perceber, começamos o dia nos sentindo inadequadas.
E se você começar a observar a qualidade dos seus pensamentos, vai notar: passamos a maior parte da vida reclamando, justificando, explicando ou nos preocupando com o que achamos que não temos o bastante — tempo, paciência, dinheiro, energia, beleza, amor.
Antes mesmo dos nossos pés tocarem o chão, o piloto automático da escassez já foi acionado.
E à noite, quando voltamos pra cama, nossa mente recita uma ladainha sobre tudo o que não fizemos, não conseguimos, não demos conta naquele dia.
Esse ciclo silencioso tem nome: mentalidade de escassez. É como um filtro invisível que distorce tudo o que vivemos. Fazendo a gente sentir que nunca é o bastante. Que sempre falta algo. Que nós mesmas somos menos do que deveríamos ser.
O ambiente em que vivemos reforça isso o tempo todo
Vivemos em uma sociedade hiperfocada na falta. É só abrir um portal de notícias: assassinatos, corrupção, pobreza, catástrofes. Pouco se fala de iniciativas inspiradoras, encontros humanos, histórias reais de superação.
Nas redes sociais, o cenário não muda muito. Os mais seguidos ostentam carros de luxo, viagens internacionais, corpos inalcançáveis, procedimentos estéticos em série. Poucos falam sobre leveza, satisfação no comum ou realização fora do consumo.
Esse ambiente é solo fértil para sentimentos como comparação, ciúme, insatisfação, medo e autocrítica.
É nesse mar de estímulos que você precisa ser forte. Porque a verdade é que ser feliz, leve e plena hoje exige coragem.
É um ato quase revolucionário.
E quando a sua escolha confronta o sistema:
Você é chamada de fraca quando diz que não quer mais viver exausta.
De preguiçosa quando escolhe uma pausa pra cuidar da sua saúde mental.
De sem ambição quando decide se afastar de ambientes tóxicos.
De irresponsável quando dá um tempo na carreira para acompanhar o crescimento dos filhos.
De relaxada quando resolve aceitar seu corpo como ele é e parar de viver em dieta eterna.
Nos querem sempre funcionando. Mesmo doendo. Mesmo esgotadas. Mesmo em sofrimento.
E quando não aguentamos mais, nos oferecem uma pílula. Como se nosso sofrimento fosse algo natural — um efeito colateral aceitável da vida adulta.
Mas não é.
Essa sociedade da tarja preta, como diz Susan Andrews, é um sistema cuidadosamente projetado para te manter produzindo sem propósito, consumindo sem satisfação e existindo sem consciência.
Existe um outro caminho — e ele começa com consciência
A felicidade não é consequência do sucesso. Ela é o que vem antes dele.
O psicólogo Shawn Achor, de Harvard, mostrou em seus estudos que pessoas felizes são mais criativas, produtivas e resilientes — não porque se esforçam para isso, mas porque vivem com mais sentido.
Não é papo motivacional. É neurociência aplicada a vida.
E aqui vai mais um ponto importante: o oposto da escassez não é o excesso.
O oposto da escassez é o suficiente. A plenitude.
É ter a coragem de enfrentar os altos e baixos da vida sentindo que você é, sim, o bastante.
É ter força para dizer não ao caos, ao barulho, à comparação.
É aprender a se valorizar a partir de dentro.
E como começar a mudar?
Aqui vão 3 práticas para ir suavizando esse ciclo da escassez:
Observe seus pensamentos matinais. Ao acordar, não julgue. Apenas perceba. Quais são as primeiras frases que surgem na sua mente? Escreva. Torne consciente.
Encerre o dia com gratidão realista. Ao deitar, liste 3 coisas que você viveu ou sentiu que foram suficientes. Pode ser pequeno. O suficiente não precisa brilhar.
Diminua o consumo de estímulos escassos. Siga menos perfeição e mais realidade. Reduza sua exposição a conteúdos que reforçam comparação e falhas.
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Porque sim, existe um caminho possível para quem quer viver com mais coragem e menos comparação — e você não precisa percorrê-lo sozinha.
Estamos juntas.❤️
Até a próxima
Vanessa Megale






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