A armadilha invisível das redes sociais: e se a comparação for o que mais te sabota?
- Vanessa Megale
- 6 de mai.
- 3 min de leitura
Quantas pessoas você segue no Instagram?
Eu, por exemplo, hoje sigo umas 500 pessoas.
Se eu dividir esse número por 365 dias do ano, em média — pelo menos uma pessoa por dia estará de férias.
Isso significa que, todos os dias que eu abrir minha rede social, provavelmente verei alguém na praia tomando cerveja, outra surfando, outra conhecendo a neve, uma fazendo um tour pela Europa, outra passeando com os filhos… e por aí vai.
O problema é que, mesmo sem perceber, meu cérebro começa a formar uma ideia silenciosa:
“Todo dia tem alguém vivendo algo mais legal do que eu.”
Se eu não me vigio, essa ideia vai se infiltrando em mim...
Enquanto fulana está na praia, eu to aqui presa no trânsito.
Enquanto ciclano roda o mundo, eu fico trancada no consultório.
Enquanto beltrana está na balada, eu há meses não tenho vida social… porque não tenho com quem deixar minha filha.
E a pergunta dolorosa começa a me assombrar: Será que só eu que sofro?
A comparação virou automática. Mas não precisa ser o seu destino.
Hoje, se você abrir suas redes sociais, é quase certo que vai encontrar alguém que — aparentemente — está melhor que você.
Mas, em vez de olhar pra sua vida e se sentir menor, o que acha que começar a adotar a seguinte pergunta: E daí?
Porque se você seguir nesse raciocínio, ele será infinito.
Se estiver na praia, vai ter alguém numa ilha paradisíaca.
Se estiver em Paris, vai ter alguém viajando pela Europa inteira.
Se estiver numa pousada curtindo com a família, vai ter alguém num resort all inclusive.
É como se houvesse uma régua invisível que nunca para de subir.
O nome disso é comparação social — e o cérebro adora ela
A comparação social é um comportamento automático do nosso cérebro. É assim que ele tenta entender onde estamos no mundo: olhando pro lado.
Só que nas redes sociais, essa régua está sempre inflada — cheia de filtros, recortes e exageros. É por isso que a comparação, que poderia ser só um termômetro, vira um veneno silencioso.
E o antídoto é lembrar o que realmente importa: O que é importante pra você. O que te faz feliz naquele momento. Seus objetivos. Seus valores.
Redes sociais são vitrines. Não espelhos.
A maioria de nós só posta o que foge da rotina: viagens, conquistas, momentos grandiosos. Não é errado. É humano.
Mas precisamos lembrar que são só recortes. E que, no fundo, todos sabemos: Ninguém é tão feliz quanto parece no Instagram.
Um convite: use com consciência
Não estou aqui pra dizer pra demonizar as redes sociais muito menos fazer com que você saia delas (Embora… confesso que, às vezes, não seria má ideia. 😅)
Meu convite é outro: A partir de hoje, use com mais consciência.
Observe seus sentimentos enquanto rola o feed. Se surgir inveja, frustração ou tristeza, respira. Olha pra sua vida com carinho e diz pra si mesma:
“Opa… pera. Mês passado eu também estava viajando" ou “Ontem mesmo, eu vivi algo que me fez sorrir.”
O pensamento da escassez é como uma lupa que amplia o que falta. Mas você pode escolher onde quer colocar essa lupa. E esse movimento — de escolher onde olhar — é o que chamamos de autoconsciência.
Um exercício pra começar agora:
Hoje, te convido a um pequeno experimento:
🌿 Role seu feed com atenção.
🌿 Quando algo te causar desconforto, pare e observe:– Isso despertou em mim algo que precisa ser curado?– Ou é um conteúdo que já não combina mais com quem eu estou me tornando?
Talvez você perceba que não é sobre quem está na praia —é sobre onde sua mente vai quando vê alguém lá.
✨ Todos somos marionetes. Mas apenas alguns enxergam as cordas. A autoconsciência é o primeiro passo para cortar os fios invisíveis da comparação. E talvez, depois disso, você descubra que sua vida já é boa.Não perfeita. Mas sua. E isso já é muito.
Até a próxima. 💛

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